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FAKE POP WORLD REVIEW | Nisa Turgut - Fênix

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Fênix começa com sua faixa-titulo, em parceria a Victoria Dyer, iniciando-se com toques suaves de piano e complexo por frases de efeito construídas numa produção fora de sincronia, entretanto, demonstra propósito. Na segunda faixa, ''Ego Doente'' reforça paradigmas depressivos criados em sua faixa anterior, mas criam uma atmosfera confusa para quem não conhece Nisa Turgut, uma vez que a cantora é uma artista estreante. Com elementos líricos e sonoros que lembram muito o que Rudimental criou no álbum Violence, ''Depressão'' dá continuidade para a narração de perseguição formada em Fênix, que chama atenção em versos como ''Atormentada desde os cinco anos de idade / Perdi os pais, perdi a familia / Mudei de cidade'', ''Cresci num mundo violento / Vivi a violência'' e ''Eu devia ter revelado os seus segredos'', trechos que moldam uma carta escrita por Nisa para um destinatário desconhecido.


''Tintas'' vende mais um discurso de vitimismo no álbum e faz com que o disco comece a ficar um pouco carente de versatilidade. ''Árvore da Vida'' dá um ar menos agressivo ao álbum mas ainda sim se torna em mais uma música que aborda o mesmo assunto, porém com metáforas diferentes. ''Forte'' é a luz que Fênix precisava, portanto, nesse ponto, o projeto já se tornou em algo cansativo de se ouvir. De qualquer forma, a faixa demonstra potencial e transcende um lado mais original apresentado por Nisa como uma artista revelação. ''Enfim eu percebi que ninguém pode me amar'' é o título que carrega a faixa mais autêntica e interessante do álbum.

Em ''Prisioneiros'', Turgut volta a criar estigmas de vitimismo no álbum, algo desnecessário na reta final do disco. Por fim, ''Servos'', a última faixa de Fênix encerra o projeto da pior maneira possível. A tentativa é válida, mas o seu desenvolver é extremamente falho, uma vez que Nisa tenta, literalmente, enfiar no CD uma crítica política que não possuí nenhum encaixe com o restante de seu álbum de estreia,


Avaliando Fênix como um todo, possui mais falhas do que acertos, entretanto, introduz Nisa Turgut como uma artista que ainda pode apresentar muito potencial. Em questões líricas, o álbum não decepciona, apenas se torna monótomo por apresentar a mesma narrativa em boa parte da tracklist. É nítido que Nisa tentou ao menos criar um propósito para o CD, o difícil é de se enxergar qual é ele. Em questão de mixagem, não há muito que se cobrar de uma artista revelação, mas após vermos artistas novas como Victoria Dyer (que inclusive está presente no álbum) se destacando por suas habilidades de produção, se torna complicado de se enxergar destaque no disco entre tantos lançamentos que ainda virão em 2020. Pode soar pesado cobrar demais de uma novata, mas sabemos que não é impossível debutar com um material qualificado, como estamos vendo acontecer desde que Ariana Carper e Emmy Leitão dominaram o público com suas eras de estreia. Nisa Turgut tem um futuro que se encontra em suas próprias mãos. Para reviver é necessário florescer então, como uma fênix, Nisa ainda não deu vida aos seus escritos.

Melhores faixas:
Forte
Enfim eu percebi que ninguém pode me amar

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