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FAKE POP WORLD REVIEW | Carmim - Eletroplasma

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Anteriormente conhecida como Tammi, Carmim deixou seus dias no Impop e com o Eletroplasma começa uma nova fase de sua carreira em um álbum, produzido e composto pela mesma com ajuda de Victoria Dyer na mixagem vocálica.

Introduzindo o álbum com o interlúdio ''SKYLINE'', o disco se inicia com uma produção suavemente agressiva que pouco após um minuto de música é substituída por vocais que incrementam na primeira impressão do que será o primeiro álbum de Carmim. De primeira, pode parecer estranho mas depois de ouvir pela segunda vez é possível entender a mensagem que a introdução do álbum propõe. Na faixa-título do disco, Carmim apresenta uma música que cresce aos poucos até chegar em seu pico e já aposta em algo mais afrontoso logo na segunda faixa na tracklist. A transição de ''SKYLINE'' para ''Eletroplasma'' é bem construída e é possível de se encontrar uma interligação entre a música, moldando a obra, a música termina em seu ápice e é imediatamente substituída pela próxima canção, ''Pluridimensional''.

Nesse momento, algo parece fluir mais amigavelmente. A jogada insinuada na ordem de faixas do álbum pareceu algo bem pensado e trabalhado, construindo assim um mix de emoções que ainda está carente porém se desenvolvendo ao decorrer do álbum. ''Mais uma vez penso em desistir, mas eu sei como me levantar / É pesado não poder voltar no tempo e arrumar aquilo que foi quebrado.'' É nesse momento em que ''Pluridimensional'' torna o Eletroplasma em algo mais pessoal e cogita mostrar um lado mais íntimo de Carmim, sucedido por ''Solaris'', a parte em que o álbum encontra um propósito e começa a soar como uma tentativa da cantora em se encontrar após deixar Tammi de lado.

Em ''Invisibilidade'', Carmim finalmente põe um pouco de lado os elementos puxados para o pc-music/tecnopop e apresenta uma música mais crua que é facilmente uma das tracks que marcarão o álbum no futuro. Em ''Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios'', Eletroplasma volta a se tornar um álbum pseudo-agressivo, e reforça a produção coesa e bem dedicada do projeto. A música, que é a de maior duração do álbum, finaliza abrindo caminho para ''Tons do Ar, Tons do Mar'', caracterizada por uma clássica produção de Carmim e responsável por inciar a era debut da cantora numa composição extremamente bem elaborada. Por fim, ''Renascer'' abre um horizonte que retoma às primeiras faixas do álbum e finaliza bem a estrutura do disco.
Eletrosplasma introduz Carmim com diversos elementos que já se foram apresentados na época em que a cantora se denominava como Tammi. Em produções caricaturadas, não há nenhum momento em que há uma quebra de expectativa muito grande, tornando o álbum extremamente estável, porém, carecendo a obra de algum carisma que cative o público com o projeto como um todo. Se excluirmos o que Carmim já havia lançado como singles promocionais ou oficiais, a faixa que mais se destaca é ''Pluridimensional''. É difícil de se enxergar o álbum ter destaque em meio a tantas eras icônicas no Oddcast, mas claramente abrirá portas para Carmim no futuro.

Não parece um álbum feito para atingir grandes premiações ou números acumulativos, mas sim um objetivo pessoal da cantora em lados pessoais ao testar seus limites líricos e profissionais ao mostrar até onde Carmim pode diversificar um disco sem torná-lo uma montanha russa quebrada. Em diversos momentos, alguns pontos nas composições têm suas direções alternadas por conta da grosseira fórmula usada nas músicas, construindo um clima de indecisão. Talvez, horas depois de ouvi-lo você se lembre mais do álbum por suas produções do que pelo seu conteúdo como um todo. No Oddcast é essencial que um artista se reinvente de um álbum para o outro e talvez esse foi a única falha que chame muita atenção no CD. Não é um álbum imperfeito, mas sim o marco inicial de novos tempos para Carmim, aonde, finalmente, ela se desvincule de uma vez por todas de Tammi.

Melhores faixas:
Invisibilidade
Pluridimensional
Renascer

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