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FAKE POP WORLD REVIEW | Ariana Carper - Metáforas Insanas [RELANÇAMENTO]

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O ano de 2019 para Ariana Carper foi uma tremenda montanha-russa. Protagonizando diversas polêmicas e marcando o final da década com seus singles do Metáforas Insanas, a cantora relançou o seu segundo álbum de estúdio de uma maneira que o fez soar mais coeso e mais agradável, porém, a questão que Carper nos deixa antes de ouvirmos a repaginação do disco é: realmente foi necessário o relançamento de um álbum com tantos hits orgânicos?

Na faixa introdutória ''Devaneio Mental'', Ariana começa a contar uma história na qual já conhecemos apenas pela divulgação da era e pela escolha coerente de singles que marcaram o álbum. Na música, Carper faz alusões a como a superficialidade toma forma do jeito que tudo não se orna e inicia um conceito sólido em versos como ''Contanto que eu esteja apresentável / O resto não importa, não vale a pena / Sempre fui tão diferente das outras pessoas / Até que você chegou na minha vida / E me ensinou o que era o certo / Ao menos o que você achava que era certo'' e ''Me olho no espelho e não me enxergo mais / O que eu me tornei por você?'', abrindo o caminho perfeito para a nova versão de ''Queremos Perfeição'', uma criação totalmente oposta da versão single e, que de qualquer forma, funciona perfeitamente com a proposta do álbum. Em ''No País das Maravilhas'', Ariana se encontra com e lendárie Maicow Reveley e abre uma nova vertente em Metáforas Insanas, não deixa as críticas sociais de lado mas molda o storyteller do disco numa fórmula que resultou num dos maiores smash-hits de 2019. De alguma forma, o encontro entre es dues personalidades totalmente opostas foi o crossover menos esperado e a colaboração mais agradável da carreira de Ariana, que anteriormente já havia feito colaborações com Rudimental, Cashe, entre outrxs.
Seguindo para ''Fome'', as críticas seguem fortes, entretanto, de alguma maneira, a música não parece estar no lugar certo do álbum após a autenticidade que é deixada pela canção que antecede a música que é introduzida por vocais ofegantes. Felizmente, sucedida por ''Camisa de Força'', Metáforas Insanas recupera seu rumo e o seu conceito quando Carper reflete sua paixão pelo que te prende em versos tão bem escritos como ''Tenho desejos peculiares / Quero sempre me entrosar / Sou gente como qualquer pessoa / Então não ouse me julgar / Estou apaixonada pela camisa de força / Por isso faço, essa, canção / Porque está, simples, roupa ganhou o meu coração'' que indicam o crescimento artístico expresso por Ariana Carper desde Doce Demais. Após a interlúdio ''Tic Tac'', ''Bailarina'' inicia um novo ciclo no disco, entretanto, é uma escolha questionável para o álbum, uma vez que não se destaca em meio a tantas outras músicas marcantes. Na faixa de dois minutos e meio ''Medo de Pensar'', reforçam-se as duvidas da personagem de Carper em viver no mundo real e a necessidade de ser guiada. É em ''Labirinto'' que Ariana se dispersa do storyteller construído no álbum antes de ''Bailarina'' e marca o retorno da identidade do projeto, finalizado por ''Espelho'', uma faixa que parece ter seu lugar errado no disco.
Por fim, Ariana Carper construiu uma boa obra com Metáforas Insanas e seu relançamento, mas deixa uma dúvida a ser questionada: foi necessário relançar o álbum? A resposta é sim. O relançamento do segundo álbum de estúdio de Ariana foi uma grande decisão em sua carreira e, apesar de não ter possuído os mesmos feitos que sua versão anterior, é muito mais consistente, atraente e bem finalizado. Além de tudo, relançar um disco é uma opção um tanto quanto perigosa, uma vez que é apenas uma repaginação do que já foi feito, mas pelo lado positivo, Ariana optou por manter uma era que marcou sua carreira, ao invés de simplesmente deletá-la como se nunca tivesse acontecido e ainda merece pontos por refazer tudo de uma maneira que a agrade em primeiro lugar.

Melhores faixas:
Camisa de Força
Devaneio Mental
No País das Maravilhas

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